Resenha: Vidas Roubadas: de quem é a culpa?

Título: Vidas Roubadas: de quem é a culpa?
Autora: Joseli Medeiros
Páginas: 78
Editora: Flyve
Classificação: Não recomendado para menores de 18 anos.
Pesquise os gatilhos antes de ler!
Onde comprar: Amazon, Kindle Unlimited

Sinopse: Qual seria a sua reação se depois da morte prematura do seu pai, sua mãe colocasse outra pessoa para morar com você?

Pois é isso que Sabrina irá enfrentar. Pois sua mãe arruma um namorado o qual irá fazer da vida dela um inferno, e quando ela acha que não pode piorar sua irmã mais nova será inserida nesse pesadelo.

Sabrina precisará lutar contra a vergonha, o desespero, a aflição, e a rejeição de quem deveria lhe proteger. Morando nas ruas ela estará mais segura do que dentro da própria casa. Uma história que retrata um dos maiores mal da humanidade. O abuso sexual de vulneráveis.
"Vidas Roubadas" é um livro de não ficção que oferece uma escrita muito fluida e sem romantização, através de dados reais para nos fazer refletir a realidade de incontáveis crianças e adolescentes.


Sabrina e Stella perderam o pai precocemente quando ainda eram muito pequenas. A mãe refez sua vida e colocou o novo namorado dentro de seu lar.

Um dia o padrasto visita o quarto da filha mais velha, Sabrina, marcando para sempre a vida da menina com apenas 13 anos de idade e de sua irmã mais nova.
"A cada 11 minutos uma criança é violentada no Brasil. 85% dos casos não são denunciados."
Joseli Medeiros fez um trabalho excelente abordando assuntos pertinentes e trazendo muitos eventos impactantes, causando muita angustia em tão poucas páginas. Temas como abus0 s3xual e psicológic0 infanto/juvenil, vi0lência, tentativa de suícidi0, abort0 e negligência familiar são algumas das questões tratadas com responsabilidade pela autora. A intenção do livro, apesar de delicado e pesado é provocar reflexões sobre as consequências que o abus0 traz para a vida das vítimas, a falta de amparo e proteção por parte de seus familiares, a culpabilização devido ao silêncio e o cuidado para que os pais prestem atenção nos sinais e que orientem seus filhos sobre educação s3xual para que possam se prevenir contra abus0 infantil.

Essa leitura foi muito incômoda, passei o tempo inteiro com um sentimento forte de revolta e aversão por tudo que aconteceu. É perturbador e angustiante imaginar o sofrimento de um vulnerável, o desespero das protagonistas foi palpável, doloroso. Imagina como é ter uma mãe amorosa e de repente passa a ser negligente, passiva e agressiva? É assustador e muito triste.

Contudo, essa história, infelizmente, é uma dura realidade diariamente. Quantos casos como esses acontecem nas vidas de outras Sabrinas e Stellas? quantas mães não enxergam o que se passa em suas próprias casas e preferem acreditar no abusad0r? Milhares...

Que essa obra seja um alerta para que eventos irreparáveis como esses sejam evitados.

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Ana Paula

Aninha, 36 anos, Goiânia - GO. Designer de formação e coração. Ama estar em casa no aconchego dos seus livros, séries e filmes.




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