Resenha: As pequenas Alegrias

Título: As pequenas alegrias
Autora: Virginie Grimaldi
Tradutor: Julia da Rosa Simões
Páginas: 256
Editora: Gutenberg
Classificação: Não recomendado para menores de 16 anos.
Pesquise os gatilhos antes de ler!
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Virginie Grimaldi, a autora mais lida da França, está de volta com seu novo romance sobre momentos inesquecíveis que mudam nossa vida para sempre.

Como nasce uma mãe? E o que sobra para ela depois que os filhos saem de casa? A maternidade tem muitas facetas a serem exploradas, aspectos que afloram nossas melhores (e piores) emoções.

Com a proximidade do seu aniversário de 50 anos, Élise precisa aprender a lidar com a solidão. Sua filha mais velha vive em Londres, e o caçula acaba de se mudar para Paris. Como se não bastasse, sua única companhia para enfrentar o ninho vazio é um cachorro desajeitado e um tanto depressivo. Agora, ela deverá encontrar um novo sentido para sua vida e reaprender a não viver em função dos filhos.

Em situação oposta está Lili, que ainda não estava pronta para dar à luz uma menininha. Sua filha chegou antes da hora, trazendo consigo todas as angústias e temores que só uma mãe é capaz de sentir: Ela vai resistir? Como existirei sem minha filha? Ela viverá bem? Algum dia nossas vidas voltarão ao normal? Lili ainda busca entender como um ser tão minúsculo pode ocupar tamanho espaço na vida de alguém.

Duas histórias, duas versões diferentes da maternidade: a mulher que precisa aprender a ser mãe e a mãe que precisa reaprender a ser mulher.

As pequenas alegrias é um romance sensível sobre as ondas de emoções que inundam nossa vida, sobre os pequenos grandes momentos em que tudo ao nosso redor se transforma, sobre os encontros indeléveis que mudam nosso destino para sempre.
Esse foi o meu primeiro contato com a autora Virginie Grimaldi e que surpresa maravilhosa. Fiquei completamente envolvida.

Essa história apresenta duas perspectivas diferentes em relação as particularidades da maternidade.


Élise, prestes a completar 50 anos, busca preencher os espaços vazios que seus filhos, já adultos, deixaram quando foram morar longe, abraçando apenas a solidão, as lembranças e um cachorro.

Lili vivencia o pós parto, aprendendo a ser mãe de uma recém-nascida prematura, tornando seus dias angustiantes e de seu novo lar a uti neonatal.

Há muito de uma para a outra nessas duas histórias em versões diferentes da maternidade, nas alegrias e nas dores que carregam. A mulher que precisa aprender a ser mãe e a mãe que precisa reaprender a ser mulher.
"Acho que ter filhos é isto: colocar as emoções de seu filho antes das suas, sorrir-lhe quando temos vontade de chorar, ouvir como foi seu dia na escola quando sonhamos em dormir, brincar de cavalinho quando queremos largar tudo, tranquilizá-lo quando estamos dispostos a matar todo mundo, consolá-lo quando precisamos gritar."
É difícil descrever uma obra quando ela te arrebata logo de imediato, eu já gosto muito de livros com a temática maternidade, mas essa trama em especial, explorou de forma tão esplêndida e sensível os momentos de emoções que percorrem nossa vida, tanto e principalmente para quem é mãe.


Élise e Lili são exemplos reais de mulheres fortes, que dão tudo de si pela maternidade. Achei maravilhoso o desenvolvimento das duas nesse processo de ressignificação. Foi tão lindo acompanhar a Élise resgatando a mulher que ela era antes dos filhos, lembrando das coisas que gostava de fazer, aprendendo a conviver com a solidão. Lili cresceu muito nos seus piores dias, não só como mãe mas como pessoa, dividindo pequenas alegrias, dando e recebendo apoio de pais que passam pelo mesmo nos corredores do hospital.
"É fácil sentir raiva para disfarçar a tristeza e o medo, para ocultar a culpa e a vergonha. A raiva é uma emoção coringa, que toma o lugar das que nos sobrecarregam, e que nos permite aguentar firme, transformando-nos em perfeitos tiranos."
Além disso, a autora trabalhou uma questão que me sensibilizou: acariciadores. Pessoas que se voluntariam para dar afeto aos bebês prematuros internados enquanto os pais estão ausentes.

O final da história tem um plot inesperado e arrebatador que me deixou surpresa.
"Acompanhei muitos pacientes enlutados, convencidos de que nunca mais sorririam. Até que sorriram de novo. Isso se chama resiliência."
"As Pequenas Alegrias" é um livro transformador, de uma sensibilidade inigualável, com muitas passagens dignas de destaque. Eu não sou mãe e, ainda assim, consegui me enxergar como Élise e Lili, todos os seus medos e receios me tocaram profundamente.

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Ana Paula

Aninha, 36 anos, Goiânia - GO. Designer de formação e coração. Ama estar em casa no aconchego dos seus livros, séries e filmes.




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